A reedição de O Mistério da Estrada de Sintra, em 1885,
que Eça de Queirós declarou «emendado, quase refeito» em carta a Ramalho
Ortigão, terá feito renascer a ideia de um «novo» Fradique Mendes. Nesse
mesmo ano (10 Jun.), Eça escreve a Oliveira Martins sobre a recriação
do velho espírito fradiquista:
«E eu, que o apreciei e tratei em vida e que pude julgar
da pitoresca originalidade daquele espírito, tive a ideia de recolher
a sua correspondência [...]. Hem! Que assunto!... e com este título
modesto – Correspondência de Fradique Mendes – precedida, está claro,
por um estudo sobre a vida e opiniões desse amentado gentleman.»
Esta metamorfose dava origem a um exemplo ímpar de
modernidade estética, surgido pela primeira vez em folhetins de jornais
e revistas desde 1888, estando em preparação para edição em
livro à data da morte do escritor.