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A Real Biblioteca e os seus criadores, de Maria Luísa Cabral

LANÇAMENTO | 19 nov. '14 | 18h00 | Auditório BNP | Entrada livre

 


A obra será apresentada por Ana Isabel Buescu (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas).

A segunda metade de Setecentos representa para as bibliotecas portuguesas um tempo maravilhoso. Um ritmo acelerado entre 1795 e 1803 quando tudo se conjuga para fazer eclodir – e de forma brilhante – a Real Biblioteca Pública da Corte. Ao revisitar este percurso das «ideias presas para ideias livres», é impossível ficar indiferente.

Escolhemos fazer uma abordagem sempre a partir de dentro, isto é, muito para além da valorização dos livros e de outros documentos gráficos, tentámos escutar cada uma dessas bibliotecas como instituição, discriminando e avaliando os procedimentos.

Havia em Portugal muitas bibliotecas, muitas delas superiormente munidas de livros, algumas delas de iniciativa régia, mas em meados do século XVIII os seus procedimentos e organização não evidenciavam sinais de modernidade. Os cuidados e a atenção parecem concentrar-se na provisão desmedida de livros alcançada mercê da generosidade real. Com o Terramoto, a soberba Livraria Real desapareceu. D. José tenta colmatar a lacuna, compra bibliotecas a particulares, consegue contribuições várias mas o que ele está a preparar é ainda outra Livraria Real. A concretização do projeto de uma grande biblioteca pública cabe a D. Maria, tendo sido preciso fazer quase tudo a partir do zero. A forma como a Real Biblioteca irá evoluir demonstra que houve uma intenção política na decisão régia. A organização, estrutura e missão da Real Biblioteca atribuem-lhe uma responsabilidade idêntica à de outras instituições setecentistas na construção do Estado moderno.

Quatro personalidades, cada uma à sua maneira, contribuíram para a criação e sucesso do projeto da Real Biblioteca Pública da Corte: Manuel da Maia que primeiro referiu a urgência em dispor de tal equipamento; Cenáculo que idealizou uma grande biblioteca pública onde não poderiam faltar as preciosidades bibliográficas; Ribeiro dos Santos, profundo conhecedor de livros e bibliotecas que incansavelmente limpou, regulou, organizou, comprou; Sousa Coutinho, diplomata e político, convicto da imprescindibilidade da literatura de cariz científico de utilidade pública. Sem receio de exagerar, configura-se nesses anos uma mudança de paradigma tendo cabido à Real Biblioteca Pública da Corte arcar com essa missão.