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Biblioteca Nacional de Portugal

Serviço de Actividades Culturais

Campo Grande, 83

1749-081 Lisboa

Portugal

 

Informações

Serviço de Relações Públicas
Tel.21 798 21 68

Fax 21 798 21 38
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Horários

Até 12 set.: 2.ª - 6.ª 10h00 - 17h30

Depois 15 de set.:  2.ª - 6.ª 10h00 - 19h30 / sáb.  10h00 - 17h30

 

Visitas guiadas

por Pedro Pinto

Sujeitas a This e-mail address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it

 

18 de agosto (2.ª f.), 15h00
1 de setembro  (2.ª f.), 15h00

19 de setembro (6.ª f.), 15h00

 

Folha de sala

 

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Uma coleção, dois colecionadores:

Pereira e Sousa - Mendonça Cortês

EXPOSIÇÃO | 24 jul. - 20 set. '14 | Museu do Livro - Piso 3 | Entrada livre

 

Ao longo de décadas, um conservador da Biblioteca Nacional reuniu uma impressionante coleção de manuscritos, entre originais e cópias, da sua lavra e de outras proveniências, a que foi juntando impressos de natureza vária, que organizou cronologicamente. Francisco Joaquim Pereira e Sousa de seu nome, nascido em 1782, era filho do jurisconsulto Joaquim José Caetano Pereira e Sousa (1756-1819), que Inocêncio Francisco da Silva assevera ter iniciado a coleção. Contudo, é o filho quem lhe confere a dimensão incomum que hoje tem. À data da sua morte, em maio de 1851, atingia 175 volumes, que se encontravam arrumados em vários quartos do Convento de São Francisco, onde à época estava instalada a Biblioteca Nacional, e onde também vivia o conservador.

 

Dispersa após a morte de Pereira e Sousa, a coleção conheceu as divisões, partilhas e vendas características das sucessões. Metade foi adquirida pelo numismata Teixeira de Aragão, que alguns anos mais tarde a revendeu à Biblioteca Nacional, expurgada dos documentos sobre moeda, que acabariam depois por ser comprados à viúva por Leite de Vasconcelos, e que se encontram hoje no Museu Nacional de Arqueologia. A outra metade ficou na posse do multifacetado político algarvio João José de Mendonça Cortês (1836-1912), que, entre outros ofícios, foi romancista, inventor e fotógrafo. Sendo também colecionador, Mendonça Cortês continuou a adquirir manuscritos e a complementar a coleção de Pereira e Sousa até à sua morte, em Paris, em 1912. Mais tarde, os seus herdeiros venderam a coleção à biblioteca da então recém-fundada Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

 

Nas três instituições que hoje possuem partes da coleção original, a identificação correta da sua origem e a respetiva contextualização são o primeiro passo para compreender e estudar quer a coleção original de Pereira e Sousa quer a de Mendonça Cortês na perspetiva dos seus objetivos, funções e características.


Estudar e valorizar as novidades que este enorme acervo documental poderá trazer para o estudo da História e da Literatura portuguesas é tarefa ingente. Destaque-se uma incompleta, mas substancial, tradução medieval portuguesa da Historia Scholastica, de Pedro Comestor, centenas de documentos originais de meados do século XVI, cópias de um borrador de correspondência de D. Filipe II de Castela para várias personalidades no crucial ano de 1580, cópias de documentação ardida em 1910 do rico cartório da Câmara de Setúbal, o arquivo de função do físico-mor do Reino de finais do século XVIII e décadas iniciais do século XIX, englobando milhares de documentos sobre os hospitais militares durante as Invasões Francesas, documentação sobre Moçambique do século XIX, entre muitos outros documentos.