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Biblioteca Joanina, de Carlos Fiolhais e Paulo Mendes
LANÇAMENTO | 25 mar. '14 | 17h30 | Auditório BNP | Entrada livre
Ao escrever agora sobre a Biblioteca Joanina, com critério e desenvolvimento, Carlos Fiolhais revela a erudição e o espírito inquisitivo que bem lhe conhecemos de muitos outros textos e que fazem dele um dos mais aclamados universitários nacionais. Mas o tom em que o faz não pode esconder o fascínio especial que o tomou desde há muito tempo, em especial ao longo dos sete anos em que dirigiu a Biblioteca Geral da Universidade, assumindo então também os destinos da própria Biblioteca Joanina. Para além da importante informação que reuniu sobre a Casa da Livraria, o que mais impressiona no belo texto que assina é justamente esse vínculo de intenso afeto a que poucos têm resistido.
Apreciação semelhante se aplica a Paulo Mendes, autor de fotografias que não se limitam a reproduzir a realidade visível, já de si esplendorosa. Na sua diversidade, as imagens que obteve constituem uma notável perscrutação das muitas realidades que não se deixam ver com facilidade. Ao longo das salas que integram o piso nobre, sem esquecer os outros dois pisos que se situam abaixo daquele, não faltam, ao mesmo tempo, segmentos óbvios e outros escondidos. Uns e outros foram captados pela objetiva do arguto fotógrafo: e se é verdade que os segundos reclamavam essa atenção desde há muito, não é menos verdade que os primeiros (os mais patentes) justificavam igualmente um trabalho de desvelamento sistemático. Justamente porque, de acordo com o princípio de aparato que tão bem define o estilo do edifício, uma das formas mais eficazes de esconder é mostrar “por excesso”.
A terceira vantagem que este livro proporciona ao leitor é, sem dúvida, um vasto elenco de legendas, abarcando aspetos salientes mas também pormenores que escapam à observação menos atenta. A simples leitura dessas legendas simples e objetivas permite ao leitor ver e compreender a Biblioteca Joanina com o vagar e a penetração que ela reclama, utilizando, em simultâneo, os olhos da inteligência e a sensibilidade do coração.
José Augusto Cardoso Bernardes Do Prefácio da obra Diretor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra |