Versão para impressão Enviar por E-mail
banner_caeiro

 

 

Biblioteca Nacional de Portugal

Serviço de Actividades Culturais

Campo Grande, 83

1749-081 Lisboa

Portugal

 

Informações

Serviço de Relações Públicas
Tel. 21 798 21 68

Fax 21 798 21 38
Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar

 

 

Sítio web

Espólio Fernando Pessoa | Alberto Caeiro

 

Folha de sala

 

 

 

 

«O dia triunfal»

Centenário do nascimento de Alberto Caeiro

MOSTRA | 8 - 31 mar. '14 | Sala de Referência | Entrada livre

CONFERÊNCIA Guardador – Génese, espólio, edição, por Ivo Castro | 20 mar. '14 | 18h00 | Auditório | Entrada livre

 

Num dia em que finalmente desistira – foi em 8 de Março de 1914 – acerquei-me de uma cómoda alta, e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé, como escrevo sempre que posso. […] Foi o dia triunfal da minha vida, e nunca poderei ter outro assim. Abri com um título − «O Guardador de Rebanhos». E logo o nome de Alberto Caeiro.

Fernando Pessoa, carta a Casais Monteiro, 13 jan. 1935

 

Foi já posta de lado, com suficientes e justos argumentos, a ficção (e encenação) de um «dia triunfal» que suportaria, com precisão no calendário, o «êxtase» criador de Alberto Caeiro no extenso ciclo poético de O Guardador de Rebanhos que viu nascer este heterónimo pessoano.

 

Seja como for, mesmo sem dia excessivamente nítido, como diria o próprio Caeiro, nem composições lançadas todas de uma vez e prontas a partir para a humanidade, os 49 poemas originais que compõem o ciclo datam, com efeito, de 1914. Merecem, por isso, uma evocação centenária, sobre o ano em que, aliás, surgiram também os «discípulos» Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

 

Ora, o conjunto dos rascunhos de O Guardador de Rebanhos, com a única exceção do poema XXII, faz parte do Espólio de Fernando Pessoa à guarda da Biblioteca Nacional. O seu texto definitivo e integral foi publicado pela primeira vez em 1946, a partir de uma compilação manuscrita dos poemas, também hoje reunida no espólio literário e com novas depurações de texto feitas pelo autor; entretanto, havia já sido dado parcelarmente a público, ainda em vida de Pessoa, nas revistas Athena (1925) e Presença (1930). O cotejo de todos estes suportes, da génese do texto à tradição editorial, confirma, afinal, a sentença de Paul Valéry: um poema nunca está acabado; fica apenas abandonado.

 

 

Cabeçalho: pormenor das assinaturas finais na cópia manuscrita integral de O Guardador de Rebanhos. Espólio de Fernando Pessoa (E3/145-39r)