Print E-mail
banner_mina2

 

 

Biblioteca Nacional de Portugal

Serviço de Actividades Culturais

Campo Grande, 83

1749-081 Lisboa

Portugal

 

Informações

Serviço de Relações Públicas
Tel. 21 798 21 68

Fax 21 798 21 38
This e-mail address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mina de S. Domingos. Território, História e Património Mineiro, de Jorge Custódio

LANÇAMENTO | 7 novembro | 18h30 | Auditório | Entrada livre

 

mina_capaObra sobre o território, a história e património do complexo mineiro de S. Domingos, na margem esquerda do Guadiana, concelho de Mértola, recentemente classificado como conjunto de interesse público, numa edição do Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações e do Instituto Superior de Economia e Gestão. O livro será apresentada por Isabel Cordeiro, Diretora-Geral do Património Cultural.

 

"Nada fazia prever que, em 1854, a Mina de S. Domingos, no concelho de Mértola, viria a ser colocada no mapa histórico do património mineiro. Os seus descobridores eram estrangeiros e andavam pelo território alentejano na pesquisa de manifestações geológicas visíveis da pirite, tendo como raiz o interesse internacional da exploração de um jazigo que pudesse ser rentável, no sector português da Faixa Piritosa Ibérica, tal como já acontecera no sector espanhol da mesma Faixa. O achado mineiro foi intencional, associado ao movimento de exploração das minas de Huelva e de Sevilha, em curso entre 1830 e 1850. A pirite valorizara-se a nível internacional, em função do interesse industrial da extracção do enxofre e ao aproveitamento da percentagem do cobre contido naquele minério complexo, atendendo às inovações tecnológicas no sector metalúrgico.

 

Tudo isso explica a corrida britânica às fontes de matérias-primas, revelando um conhecimento específico da pirite portuguesa, muito mais profundo do que aquele que as elites e as autoridades administrativas portuguesas dispunham nessa altura. Explica ainda, o surto de capital inglês em Portugal, a instalação de novos interesses mineiros, industriais e comerciais no território aliado e a frágil defesa das vantagens que Portugal poderia retirar da autorização da sua lavra, em contexto de exploração intensiva de um produto mineiro. De certo modo, a Mina de S. Domingos é o espelho da própria conjuntura história do período de 1848 a 1875, um dos muitos exemplos da expansão da economia capitalista por todo o mundo, vertida numa versão local, perfeitamente definida e delimitada, quanto ao território de incidência.


O aspecto da "criação" da Mina de S. Domingos, naquilo que tem de positivo e negativo e no significado que representa referente ao legado e à herança do sítio mineiro e industrial, traduz-se, hoje, acabado o ciclo paleotécnico e a exploração industrial, na busca de resoluções para os problemas ambientais emergentes do fim abrupto da mineração e impondo a recuperação ambiental mitigada e associada à valorização/valoração do património mineiro, que os nossos tempo configuraram na estrutura dos bens a salvaguardar, a conservar e a transmitir às novas gerações. Por este lado, o processo ambiental da Mina - a partir da classificação do Conjunto mineiro, materializada em Junho de 2013 - terá de ocorrer em paralelo com valorização cultural, integrando-se uma na outra como peças do mesmo puzzle".

(...)

 

Sobre o autor Jorge Custódio