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O Poeta e ensaísta João Rui de Sousa doa o seu espólio literário à BNP
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João Rui de Sousa : Prémio Vida Literária 2012
MOSTRA | 2 - 28 Abril | Sala de Referência | Entrada livre
O reconhecimento que a Associação Portuguesa de Escritores atribui, de dois em dois anos, à obra de poetas, romancistas ou ensaístas, coube em 2012 ao poeta João Rui de Sousa pela sua Vida Literária. A Biblioteca Nacional de Portugal assinala a distinção do poeta e crítico com uma mostra bibliográfica que inclui alguns documentos do espólio que João Rui de Sousa recentemente doara.
Nascido em Lisboa a 12 de Outubro de 1928, cursou na escola agrícola D. Dinis e concluiu depois licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras de Lisboa. Profissionalmente, trabalhou na área documental e editorial da Junta Nacional das Frutas, mais tarde na área de Espólios (hoje Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea) da Biblioteca Nacional, onde se aposentou em 1993.
Seu «astrolábio», a poesia de João Rui de Sousa constituiu instrumento numa rota de identificação com os pequenos pormenores do universo em que se revê; sem deixar de viajar também em preocupações sociais, matiza-as numa linguagem metaforizada e com imagens que lhes dão a ambiguidade poética ambicionada. Revelado em 1955, como poeta e crítico, nas páginas da revista Cassiopeia (que codirigiu), em ambos os géneros perpassa a angústia tão do seu tempo, vinda, aliás, de anteriores gerações que a sua procurou superar. Folhas de Poesia e Notícias do Bloqueio foram outros fascículos de poesia em que na época colaborou e que marcaram a explosão de novas vanguardas posteriores ao surrealismo como distanciadas do neorrealismo. O aparecimento em livro data de 1960, com os volumes poéticos A Hipérbole na Cidade e Circulação, reunidos com outros posteriores na antologia O Fogo Repartido. 1960-1980, publicada em 1983, mais tarde a Obra Poética. 1960-2000, vinda a lume em 2002. Lavra e Pousio, de 2005, foi premiado pelo PEN Club Português e Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários.
Crítico conceituado, nomeadamente sobre Fernando Pessoa, Casais Monteiro, Mário Saa ou António Ramos Rosa, teve a seu cargo a introdução ensaística de obras de vários autores.
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