Versão para impressão Enviar por E-mail
banner_casais_monteiro

 

 

Biblioteca Nacional de Portugal

Serviço de Actividades Culturais

Campo Grande, 83

1749-081 Lisboa

Portugal


Tel. 21 798 20 00
Fax 21 798 21 40
Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar

 

Informações e marcação de visitas:

Serviço de Relações Públicas
Tel. 21 798 21 68

Fax 21 798 21 38
Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar

 

 

HORÁRIO:

Dias úteis: 10h - 19h
Sábados: 10h -17h
Encerra domingos e feriados

 

Informação sobre o catálogo

 


Mesa Redonda:

As palavras decisivas

 

Projecção do filme

Porto da minha infância
Realização e voz off, Manuel de Oliveira , 2001, 62'.

Neste filme é declamado o poema Europa de Adolfo Casais Monteiro, que foi colega de escola do realizador.

Horários:
2ª–feira: 11h30
3ª-feira: 15h30
4ª-feira: 12h30
5ª-feira: 15h30
6ª-feira: 11h30
Sábado: 11h00 e 15h00


Adolfo Casais Monteiro : uma outra presença

MOSTRA BIBLIOGRÁFICA | 30 de Setembro a 29 de Novembro de 2008 | Sala de Referência | Entrada livre


Adolfo Casais Monteiro (1908-1972) Adolfo Casais Monteiro (1908-1972) nasce no Porto, a 4 de Julho, no ano em que o regicídio marca uma viragem decisiva no movimento republicano que veio a ter como corolário a instauração da I República em 1910. Oriundo de uma família burguesa, dentro dos padrões cultos e liberais da transição do século, o jovem Adolfo Victor Casais Monteiro tem uma formação intelectual no meio culto portuense, em cuja Faculdade de Letras conclui licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas em 1933, iniciando a carreira de professor no Liceu Rodrigues de Freitas.

 

Próximo de figuras como Leonardo Coimbra, Álvaro Ribeiro e Delfim Santos, mantém também grande afinidade com o poeta Ribeiro Couto que teve importância capital nas suas primícias como autor. Começa a destacar-se em conferências como em artigos que se sucedem em jornais de referência republicana, como Acção Republicana, Democracia e República, todos editados no Porto. Para além de diversas publicações de índole cultural, colabora nas páginas de A Águia, revista literária da Renascença Portuguesa numa fase em que era dirigida por Leonardo Coimbra, não já por Teixeira de Pascoaes.

Sob o signo de uma autonomização pessoal e profissional, integra em 1931 o directório da revista Presença, na qual já colaborava e na sequência do próximo contacto que em Coimbra, durante a formação para professor, estabelece com os membros mais activos da revista. Sem perder ligação aos círculos do Porto (grupo da Renovação Democrática), estreia-se no ensaio com Considerações Pessoais (Imprensa da Universidade, Coimbra 1933) e distingue-se como crítico atento à Europa e ao Brasil, bem como polemista contundente. A precariedade profissional, identificado pelo regime de Salazar como sendo oposicionista, força Casais a ir para Lisboa, casado já com Alice Pereira Gomes, vindo a colaborar em várias publicações da capital, tanto políticas como culturais, desde Liberdade a O Diabo. O activismo público no período da Guerra Civil de Espanha e da II Guerra Mundial leva-o repetidas vezes à prisão, chegando a declarar as celas da cadeia do Aljube como derradeira sede da Presença que dirigiu sozinho na fase final.

Escritor aparentemente desalinhado desde o início da década de 1940, já adulto e pai do seu único filho, Casais conhece uma década e meia de tensão que limita cada vez mais as suas opções e, em rigor, a sua permanência no país. Se estes anos começam com De pés fincados na terra, a que acresce outro ensaio Sobre o romance contemporâneo, inúmeros projectos soçobram: tem a seu cargo a coordenação literária de Globo e Mundo Literário, além de uma ligação a elementos do Grupo Surrealista de Lisboa. Se já havia sido afastado do ensino em 1937, assume um papel político publicamente notório no MUD do imediato pós-guerra como nas eleições de 1949, preso de novo e ostracizado até ao ano da grande viragem, 1954.

Intelectual universitário de coarctada ambição, parte para o Brasil em 1954, em viagem alegadamente temporária, mas com planos de aí se concretizar profissionalmente: começa por colaborar em jornais (em particular O Estado de São Paulo), mas rapidamente cresce a actividade docente e acaba por se tornar catedrático da Universidade de São Paulo (Araraquara), trabalhando Teoria da Literatura e História da Literatura Portuguesa (em particular contemporânea). Estas áreas permitiram-lhe manter uma vocação filosófica (na Teoria) e um olhar sempre atento à realidade portuguesa e sua evolução. Convivendo de perto com outros exilados, em particular Jorge de Sena e Fernando Lemos, participa em actividades de oposição ao salazarismo, chega a estar nos Estados Unidos como professor visitante, mas a debilitação da saúde e a solidão após a morte de Raquel Moacir (separara-se de Alice Gomes ao fim de alguns anos no Brasil) desgastam-no. A morte, prematura mas não inesperada, sobreveio em 1972.

 

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

 

As palavras decisivas

MESA REDONDA | 11 de Novembro | 18h00 | Entrada livre


Debate sobre a obra de Casais Monteiro e sua influência na cultura portuguesa contemporânea, no âmbito das iniciativas dedicadas pela BNP ao autor. Moderação de Carlos Leone, comissário da mostra bibliográfica.

A sessão conta com a participação dos Professores Fernando J. B. Martinho - crítico e ensaísta, autor do Prefácio de «O que foi e o que não foi o movimento da Presença» (INCM) - e Teresa Cascudo, Profª da Universidade de La Rioja (Espanha) e crítica literária.