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Centenário de Óscar Lopes (1917-2013)

NOTÍCIA | 2 outubro 2017


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Crítico e ensaísta literário, historiador da literatura, linguista e professor, Óscar Luso de Freitas Lopes foi também destacado intelectual que não descurou a atividade cívica e política desde jovem. De formação marxista e militante do Partido Comunista a partir de 1944, a sua carreira sofreu as perseguições do salazarismo, mas os seus trabalhos de investigador não acusam qualquer estreiteza ideológica. No centenário do seu nascimento, a Biblioteca Nacional de Portugal presta homenagem a essa figura maior da cultura portuguesa do século XX.

 

Importante autor com extensa obra publicada nos domínios da literatura e linguística, colaborou também nas mais relevantes revistas literárias portuguesas como a Seara Nova, Vértice, Mundo Literário, Colóquio/Letras e o suplemento literário de O Comércio do Porto. A História da Literatura Portuguesa, escrita em conjunto com António José Saraiva, é um dos títulos de referência da sua carreira, com mais de vinte edições desde 1955 e ainda hoje uma obra fundamental, e a mais conhecida, para o ensino nesse domínio.   

Natural de Leça da Palmeira, Óscar Lopes licenciou-se em Filologia Românica na Universidade de Lisboa e em Ciências Histórico-Filosóficas na Universidade de Coimbra.  Foi  professor do ensino secundário em Vila Real e no Porto, entre 1941 e 1974. Enquanto  bolseiro do Instituto de Estudos Pedagógicos da Fundação Calouste Gulbenkian, entre 1967 e 1971, desenvolveu  e publicou trabalhos no âmbito do ensino das disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática.  

Após 25 de Abril de 1974, foi professor na Faculdade de Letras da Universidade do Porto até à sua aposentação, onde exerceu os cargos de diretor da Faculdade e de Vice-Reitor. Em 1990 recebeu o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade Clássica de Lisboa.

No domínio da linguística, destaca-se a sua obra Gramática Simbólica do Português. Como crítico e ensaísta literário, salientam-se, entre outros temas, os seus trabalhos sobre Camões e sobre o neorrealismo português. No âmbito do ensaio e crítica literária, recebeu os prémios Rodrigues Sampaio, da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, em  1968,  e Jacinto do Prado Coelho,  da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários, em 1985. Em 1995 recebe o Prémio P.E.N. Clube Português de Ensaio, com A Busca de Sentido: Questões da Literatura Portuguesa e, em 2002, o conjunto da sua obra é distinguido com a atribuição do Prémio Vergílio Ferreira.

Pela sua carreira, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, em 1989. Militante do Partido Comunista Português desde 1944, viu também reconhecida a sua intervenção antifascista e democrática com a atribuição da Ordem da Liberdade, em 2006.