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Exposição:
Lux Anima. Um olhar sobre o acervo da Biblioteca de Évora

 

 

 

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UID/HIS/00057/2013
(POCI-01-0145-FEDER-00
7702)

 

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Lux Anima. Iluminuras na Biblioteca de Évora

LANÇAMENTO | 27 set. '17 | 18h30 | Auditório | Entrada livre

 

A obra Lux Anima. Iluminuras na Biblioteca de Évora, uma edição da Althum, será apresentada por Antónia Fialho Conde, Catarina Miguel, Isabel Cid e Horácio Peixeiro.

A obra pretende dar a conhecer alguns exemplares representativos da coleção de iluminados (manuscritos e incunábulos) que fazem parte do acervo na Biblioteca Pública de Évora. Foram selecionados Bíblias, Cânones, Missais, Livros de Capela, Forais, Livros de Horas e incunábulos iluminados, de molde a sublinhar o seu valor documental, patrimonial e histórico, numa abordagem que apostou no trabalho de uma equipa pluridisciplinar, composta por investigadoras de diversas áreas, de que se sublinham a História, a Codicologia e a Química, unida em torno de um denominador comum – o estudo e a preservação da História e do Património.

No trabalho fica expresso que o conjunto de iluminados existente na Biblioteca Pública de Évora apresenta uma acentuada variedade sob os pontos de vista cronológico e geográfico, testemunho não só dos scriptoria de origem como também do gosto dos colecionadores, de que se destacam o visconde da Esperança, alguns arcebispos de Évora, nomeadamente Frei Manuel do Cenáculo Villas-Boas e D. Frei Joaquim Xavier Botelho de Lima,  e ainda alguns bibliotecários, como J.H. da Cunha Rivara, que tornaram possível a presença na coleção de livros de grande qualidade técnica e estética. Sublinha-se especialmente a presença de códices de finais da Idade Média e de inícios do Renascimento, testemunhando um período em que a pintura definitivamente se afirmava.

A presença desses códices na coleção não pode ser dissociada de dois factores determinantes de ordem local e regional: por um lado, a implantação das comunidades monásticas a Sul do Tejo e muito particularmente em Évora (com larga profusão a partir do século XV), não apenas enquanto detentoras mas também como potencialmente criadoras e encomendadoras de alguns desses manuscritos – sublinhe-se a extraordinária importância da oficina de pintura de Frei Carlos, no convento do Espinheiro, ou a presença de António de Holanda na cidade, no século XVI; por outro, o caso de Évora como cidade cosmopolita e universitária, assento de Corte no século XVI, e que testemunharia também, sob o domínio dos Filipes (1580-1640), alguma circulação de manuscritos entre Portugal e Espanha, circulação essa da responsabilidade essencialmente de população laica (especialmente nobre).

A riqueza e a diversidade iconográficas presentes nas obras selecionadas testemunham ainda o valor da imagem enquanto documento, podendo ser analisada isoladamente ou aproximada com representações que versem temas similares. Embora dominem as imagens alusivas à esfera do sagrado, o interesse da análise prende-se também com a presença de representações do mundo natural, dado ser na existência desses elementos, normalmente localizados nas margens, que fica provada a liberdade de criação do artista, cruzando facilmente o mundo natural e a imaginação, ou ainda a marca de mecenas encomendadores. Animais e plantas acabavam por ser escolhidos em função do seu significado simbólico, a nível bíblico ou das fontes clássicas, sendo que o rigorismo técnico-artístico se refletiria, ao longo dos séculos, no aperfeiçoar de cores e formas, no surgir da sombra e da tridimensionalidade, combinando o real e o imaginário. Toda essa riqueza se clarifica através da análise material (cores predominantes, materiais de suporte, entre outros), possibilitando a abordagem dos factores de deterioração (tanto nos materiais de suporte como nas cores), elemento essencial para uma aposta na sua conservação.

Apostou-se num discurso abrangente, para diversos públicos e leitores, cientificamente exato, mas sem demasiada erudição, procurando fazer chegar a um público alargado e a um vasto leque de leitores a mensagem da importância do acervo eborense no que respeita à iluminura.