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Manuel Alegre vence Prémio Camões 2017

NOTÍCIA | junho 2017

 

O escritor português Manuel Alegre é o vencedor do Prémio Camões 2017, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. O anúncio foi feito a 8 de junho, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, após reunião do júri, composto pelas académicas portuguesas, Paula Morão e Maria João Reynaud, pelos académicos brasileiros, Leyla Perrone-Moisés e José Luís Jobim, pelo académico moçambicano, Lourenço do Rosário, e pelo poeta cabo-verdiano, José Luís Tavares.

Do percurso literário de Manuel Alegre, avultam as obras A praça da canção (1965) e O canto e as armas (1967), obras icónicas de uma geração e que deram voz à denúncia da opressão política e da guerra colonial, abordando ainda temas como a emigração e o exílio. Ambas apreendidas pela censura, os seus poemas de protesto, mas de grande musicalidade e forte dimensão lírica, circulavam em cópias manuscritas e datilografadas, sendo ditos e cantados em inúmeras iniciativas culturais e políticas de oposição ao regime.

Para além destas duas obras marcantes, ao longo de mais de 50 anos, Manuel Alegre construiu uma ampla obra poética composta por dezenas de obras, entre os quais se destacam: Nova do achamento (1979), Atlântico (1981), Babilónia (1983), Com que pena: vinte sonetos para Camões (1992), Sonetos do obscuro quê (1993), Senhora das tempestades (1998), Livro do português errante (2001) e Bairro ocidental (2015).

Os seus poemas foram cantados por nomes como Adriano Correia de Oliveira, José Afonso, Manuel Freire e Luís Cília, Amália ou Carlos do Carmo.

Para além da poesia, escreveu ainda ficção, iniciando-se com Jornada de África (1989), a que se seguiram Alma (1995), um romance de pendor autobiográfico, no qual narra a sua infância e adolescência, A terceira rosa (1998), Cão como nós (2002) ou Rafael (2003).

Ao longo da sua vida literária, Manuel Alegre recebeu inúmeros prémios e distinções: Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1998), pelo livro Senhora das tempestades, obra que lhe valeu também o Prémio da Crítica Literária (1998), atribuído pela Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários; Prémio de Literatura Infantil António Botto (1998), pela obra As naus de verde pinho; Prémio Fernando Namora (1999), pelo romance A terceira rosa; Prémio D. Dinis (2008), patrocinado pela Fundação da Casa de Mateus, pelo livro Doze naus; e Grande Prémio de Literatura (2016), pelo livro de poemas Bairro ocidental.

Pelo conjunto da sua obra, foi distinguido com o Prémio Pessoa (1999), com o Tributo Consagração (2010) da Fundação Inês de Castro, com o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (2015) e com o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores (2015).

Manuel Alegre foi ainda eleito, em 2016, sócio efetivo da Academia das Ciências de Lisboa, pela Classe de Letras, Secção de Literatura e Estudos Literários.

É o único autor português incluído na antologia Cent poèmes sur l'exil, editada pela Liga dos Direitos Humanos, em França (1993). Tem uma Cátedra com o seu nome, destinada ao estudo da Língua, Literatura e Cultura Portuguesas, criada em 2010, pela Universidade de Pádua.

Manuel Alegre é o 29.º autor, e o 12.º português, a receber o Prémio Camões.