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Folha de sala

 

 

Colóquio
António Ribeiro dos Santos, 1745-1818: um bibliotecário, duas bibliotecas

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

Apoio: 


Ribeiro dos Santos: 1.º Bibliotecário-Mor da Real Biblioteca

MOSTRA | 27 out. – 30 dez. '16 | Sala de Referência | Entrada Livre

A 4 de março de 1796, poucos dias depois da promulgação do alvará de 29 de fevereiro de 1796 fundando a Real Biblioteca Pública da Corte, o Doutor António Ribeiro dos Santos é nomeado Bibliotecário-Mor. Desde 1795 que, na Livraria da Real Mesa Censória, Ribeiro dos Santos começara a trabalhar rumo à Real Biblioteca.

 

A forma como Ribeiro dos Santos foi definindo os núcleos bibliográficos da Real Biblioteca, dotam esta de uma verdadeira estrutura diferenciando-a do que havia sido a Livraria da Mesa Censória. A análise dos códices de Ribeiro dos Santos é a prova viva dessa nova abordagem, testemunhando a mudança em curso. Nos códices regista-se o trabalho de sistematização das várias áreas do saber como Ribeiro dos Santos as ambicionava introduzir na Real Biblioteca e estão também as listas de livros a adquirir fosse através da compra a mercadores livreiros fosse pela escolha dos fundos que por doação eram candidatos a um lugar na Real Biblioteca fosse ainda recorrendo a correspondentes espalhados pela Europa.

 

Ribeiro dos Santos era muito exigente com o enriquecimento e desenvolvimento das coleções. As parcerias que estabeleceu, ora com Frei Manuel do Cenáculo, ora com D. Rodrigo de Sousa Coutinho, foram de enorme sucesso contribuindo de formas distintas para a solidificação da Real Biblioteca. A preocupação com a estruturação das coleções representa um sinal de modernidade e, nesse particular, ele consegue um lugar à parte para si e para a Real Biblioteca na história das bibliotecas em Portugal.

Ribeiro dos Santos cuidou de todos os aspetos respeitantes à Real Biblioteca; nos códices e nos manuscritos encontram-se elementos que permitem com rigor entender a figura e o trabalho do Bibliotecário-Mor. Ganha, assim, um lugar definitivo na história da construção da Real Biblioteca Pública da Corte pela contribuição dada para a organização da casa. A preocupação de António Ribeiro dos Santos equivale a uma visão dinâmica e inquieta para a Real Biblioteca Pública da Corte apenas explicável pelo seu fito em levantar um verdadeiro equipamento científico. Este espírito de descoberta, construtivo, insaciável e insatisfeito é condizente com as Luzes. Aos poucos, testemunhamos a construção de uma biblioteca em que a modernidade, naturalmente, se instala.

Maria Luísa Cabral