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Cervantes – a figura que se esconde por detrás da obra

DESTAQUE | 8 ago. - 9 set. '16 // 28 nov. - 7 dez.'16 | Sala de Referência: Vitrine | Entrada Livre

Miguel de Cervantes Saavedra morreu em 1616, em Madrid, a 22 de abril. Foi romancista, dramaturgo, poeta e militar. Contava então 68 anos de idade, dado ter nascido em Alcalá de Henares, em 1547, no começo do Outono.


As aventuras de um cavaleiro que luta contra a fantasia como se ela fosse uma realidade transformaram-se na sua obra-prima: El Ingenioso Hidalgo Don Quixote de la Mancha, publicadas em 1605 e em 1615.


Antes de ser o autor de «obras de gosto e de entretenimento» publicou alguns poemas (1568-1569); passou por Roma (ao serviço do cardeal Acquaviva); e aos 24 anos foi soldado na batalha de Lepanto (1571) sendo ferido e inutilizando o braço esquerdo. As experiências militares sucederam-se no Mediterrâneo. Esteve cativo em Argel (1575-1580). Regressou a Madrid, dedicando-se, numa primeira fase, a escrever peças de teatro.


A obra de Miguel de Cervantes ultrapassa a fronteira sem necessidade de tradução: Galatea, a primeira novela cervantina (obra que nunca completou), conhece uma segunda impressão, em Lisboa, no ano de 1590, cinco anos após a primeira edição (Alcalá de Henares, 1585).


Em dezembro de 1604 finda-se a impressão, em Madrid (na imprensa de Juan de la Cuesta), de um novo livro de Cervantes: Don Quixote (que saíra com data, na portada, de 1605). A obra transforma-se num êxito editorial. De imediato sucedem-se edições sobre edições, algumas sem conhecimento nem do autor nem do editor. As três, ou mais, edições de Lisboa, podem não ter sido impressas nesse ano de 1605 – podem até ser contrafações de outras edições, que só um estudo do papel e do parque tipográfico ajudará a determinar.


Miguel de Cervantes não se esgota na criação da figura de D. Quixote: em 1613, publicam-se as suas Novelas Ejemplares; no ano seguinte, 1614, a Viage del Parnaso; Ocho comedias, y ocho entremeses nuevos nunca representados, em 1615, mas talvez escritas antes.


O êxito da primeira parte da obra Don Quixote era tamanho que um denominado «Alonso Fernández de Avellaneda», ousa escrever e publicar um Segundo tomo del ingenioso hidalgo don Quixote de la Mancha (Tarragona, Felipe Roberto, 1614).


Miguel de Cervantes publica, então, a sua Segunda parte del ingenioso Cauallero don Quixote de la Mancha (Madrid, Juan de la Cuesta, 1615) – apresentando (numa parte da obra) a contestação ficcionada do plágio – e com ela imortaliza a sua obra e o seu herói.


O tempo corre adverso, os seus projetos ainda não estão terminados. Quer compor uma obra que não seja para sorrir. Escreve Los Trabajos de Persiles, y Sigismunda (que não chega a ver impressa). Não viveu muito mais – não chegou a escrever a segunda parte da sua Galatea – mas deixou uma obra que muito tem feito sonhar. Ajudou a criar um novo mundo, um mundo que sabe sorrir com as suas desventuras. Todos nós já fomos, somos ou seremos, em qualquer momento da nossa vida, um Dom Quixote que acaba por deixar de acreditar e se deixa morrer...


João José Alves Dias