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Folha de sala

 


No centenário da Cruzada das Mulheres Portuguesas

MOSTRA | 28 jan. - 30 abr. '16 | Sala de Referência | Entrada livre
COLÓQUIO | 16 mar '16 | 18h00 | Auditório BNP | Entrada livre


A Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) assinala o centenário da criação da Cruzada das Mulheres Portuguesas (CMP), associação criada em 1916 com o objetivo de prestar assistência aos necessitados devido à Grande Guerra.

No dia 16 de março tem lugar um colóquio sobre este movimento feminino, com intervenções de Isabel Lousada - «Elas... Pela Pátria»; Maria Alice Samara - «O contexto da I Guerra Mundial e a Cruzada das Mulheres Portuguesas»; Maria Lúcia Brito de Moura - «As Guerras da Cruzada»; e Natividade Monteiro - «A Cruzada das Mulheres Portuguesas e a Assistência aos Feridos e Mutilados de Guerra».

Foi inspirada na sua congénere francesa, La Croisade des Femmes Françaises, surgida em 1915, que, a 20 de março de 1916, um grupo de 80 mulheres, em que se incluía Elzira Dantas Machado, mulher do Presidente da República Bernardino Machado, fundou a Cruzada. A CMP desenvolveu a sua ação através de comissões (Propaganda, Enfermagem e Assistência aos Militares Mobilizados), promoveu a organização de cursos destinados a preparar enfermeiras e a criação de um hospital.

Integrou um grupo de mulheres portuguesas que quiseram responder a um repto patriótico, num momento particularmente difícil da História. Mulheres – mães, esposas e irmãs – souberam mobilizar-se para intervir e auxiliar, aos mais diversos níveis, numa cruzada cuja ação se manteria por mais de duas décadas.

Já anteriormente em 1914, perante a emergência de uma nova realidade social, se assistiu ao surgimento da Comissão Feminina «Pela Pátria» que mobilizou um grupo de mulheres em torno da ideia de apoio pelo voluntariado, entre as quais Ana de Castro Osório, Ana Augusta de Castilho, Antónia Bermudes e Maria Benedita Mouzinho de Albuquerque Pinto.

Norteada pelos princípios advogados pela sua antecessora «Pela Pátria» – e depois da declaração de guerra da Alemanha a Portugal a 9 de março de 1916, como consequência da aliança anglo-portuguesa – a CMP congregou um grupo considerável de mulheres, tendo por secretária da Comissão de Propaganda e Organização do Trabalho, Ana de Castro Osório, e contou com o apoio dos mais altos representantes da estrutura governativa e militar.

A Cruzada não se ficou pelas campanhas de recolha de donativos, pela confeção e distribuição de bens e agasalhos aos mais carenciados e pelo apoio aos soldados. A Obra Maternal, criada em 1909, foi assumida pela estrutura nascente como forma de auxiliar os órfãos de guerra, procurando assegurar a dignidade e a formação de crianças que mendigavam pelas ruas da capital. Fez ainda nascer outras obras, como o instituto que visava a reinserção dos mutilados regressados da frente de batalha, instalado no antigo convento de Arroios, sob a presidência de Ester Norton de Matos. Impulsionou a criação de inúmeros estabelecimentos visando quer o desenvolvimento das capacidades profissionais, quer o acolhimento aos mais desfavorecidos, nomeadamente a casa de trabalho em Xabregas, promoveu a abertura de creches, escolas e orfanatos. E, em França, criou o Hospital Militar Português em Hendaia.

A mostra, patente até final de abril, apresenta essencialmente o material enviado, em 27 de julho de 1917, pela Comissão Feminina «Pela Pátria» para o projetado Museu de Guerra, e que se encontra hoje no acervo da BNP.