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Portugal – Irão: 500 anos

MOSTRA | 19 nov. '15 - 9 jan. '16 | Sala de Referência | Entrada livre

Cumpre-se em 2015 meio milénio sobre a segunda tomada de Ormuz por Afonso de Albuquerque. Chegados ao Golfo Pérsico como conquistadores e mercadores, no quadro de um império em expansão, os portugueses assenhorearam-se de uma das mais importantes zonas do comércio oriental, entrando em contacto direto com a Pérsia, com a qual foram obrigados ao estabelecimento e aprofundamento de uma aliança diplomática e militar ditada pelo realismo geopolítico. Tendo por inimigo comum o ascendente Império Otomano, a coroa portuguesa e a dinastia safávida mantiveram intensa troca de embaixadas e missões diplomáticas.

Destas enviaturas – a primeira em 1510 liderada por Rui Gomes, a última em 1614 por D. Garcia de Silva y Figueroa – resultaram relações de assinalável amplitude em áreas como o tráfico comercial, a arte da edificação militar, a construção naval, a assistência militar recíproca na luta contra o Turco, bem como trocas artísticas de objetos de luxo e a permissão de estabelecimento de religiosos portugueses em território persa, para aí desenvolverem atividade missionária. O conhecimento da Pérsia e dos seus limites, então raro património de informação sobre uma politeia muçulmana, terá sido um dos maiores contributos de Portugal para o conhecimento pelo Ocidente da diversidade étnica, linguística e religiosa daquela região do globo.

Nas naus e taforeias que demandavam o Golfo Pérsico, cavalos, sedas, tapetes, pérolas do Bahrein, drogas medicinais e drogas aromáticas faziam a riqueza da alfândega de Ormuz. Na afirmação desse poder comercial, foi erigida uma impressionante rede de sistemas defensivos – fortaleza de Nossa Senhora da Conceição de Ormuz, mas também Keshm, Larak, Bahrain, Soar, Mascate, Quelba, Mada, Doba, Libédia e Corfação – cujos vestígios importa preservar como memória da primeira globalização. As relações luso-persas não terminaram em 1622, por ocasião da queda de Ormuz. Portugal manteve-se na península da Arábia ou continuou a demandar o Golfo Pérsico. Com o restabelecimento de boas relações na década de 1630, a feitoria de Bandar-e Kong prosperou e foi um importante centro de comércio até ao início do seculo XVIII.

No século XIX, com a lenta adesão da Pérsia à comunidade internacional, os dois Estados voltaram a abrir canais de relacionamento permanente. A assinatura de tratados, o estabelecimento de agentes diplomáticos e a intensificação dos contactos económicos e culturais jamais interrompidos demonstram a normalidade de relações paritárias e o mútuo respeito entre o Ocidente e o mundo iraniano.

A exposição, patente na Sala de Referência da BNP, inclui manuscritos, impressos, mapas, fotografias e objetos dos séculos XVI à atualidade, testemunhos das embaixadas e missões diplomáticas entre a Pérsia e Portugal, das fortalezas erguidas nos séculos XVI e XVII, das missões religiosas estabelecidas em território persa, bem como das feitorias e do tráfico comercial, entre outros aspetos das relações entre os dois Estados.

Cabeçalho: Afonso de Albuquerque, vice-rei da Índia, pormenor de um dos murais do átrio principal da BNP (Lino António, ca 1968).
 
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