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Ciclo de Conferências


Tópicos Pessoanos

Entre as biografias e o desassossego: considerações sobre o génio e a identidade em Teixeira de Pascoaes e Fernando Pessoa, por Rui Sousa

CONFERÊNCIA | 25 jun. '15 | 18h30 | Auditório BNP | Entrada livre

Oitava de uma série de conferências sobre Tópicos Pessoanos organizadas no âmbito do projecto de investigação Estranhar Pessoa que abrem um espaço de divulgação e debate de novas ideias em torno da obra do Poeta. Comentário por Gustavo Rubim.


As complexas relações entre Fernando Pessoa e Teixeira de Pascoaes motivaram, desde o seu primeiro encontro comum nas páginas de A Águia, em 1912, uma série de leituras, por via das quais os dois poetas foram alvo de sucessivos gestos de aproximação e de distanciamento, considerados expressões incompatíveis de duas vertentes da Literatura Portuguesa ou responsáveis pelo desenvolvimento de reacções nos percursos autorais um do outro, lidos como precursores críticos de poetas subsequentes de gerações distintas. Nesta comunicação, não nos concentraremos particularmente nesse percurso crítico, nem no momento que continua a ser projectado como o mais relevante núcleo das aproximações e distanciamentos entre Pessoa e Pascoaes: aquele que conduziu à ruptura do primeiro face ao segundo, culminando no afastamento para com os órgãos da Renascença Portuguesa, e que teria estado tanto no percurso programático em que germinou Orpheu como, de acordo com António M. Feijó, na origem dos heterónimos pessoanos, em última análise reacções à concentração de uma série de escritores em torno de Pascoaes.

Procuraremos, antes, evidenciar como os discursos dos dois poetas a respeito da identidade passa, tanto por uma compreensão do delicado equilíbrio entre um centro coordenador e as múltiplas manifestações contraditórias que a partir dele se manifestam, como por um entendimento da excepcionalidade da figura do Poeta, mesmo quando entendido num sentido não meramente literário, como ocorre nos casos dos vultos biografados por Pascoaes a partir de 1934. Concentrando-nos sobretudo em O Bailado, de 1921, em alguns pormenores das biografias pascoalinas (com especial atenção à culminante, Santo Agostinho, de 1945) e em alguns exemplos de reflexões pessoanas a respeito da heteronímia e da problemática do génio e da loucura, será nossa intenção perceber no seio dos diferentes percursos e mundividências aproximações entre os dois poetas que transcendem o contexto da década de 10 e que contrariam a tese de que as biografias correspondem a uma fase pós-pessoana da obra de Pascoaes (para este debate, contaremos com os recentes contributos de Fernando Cabral Martins a respeito do Livro do Desassossego e de António Cândido Franco a respeito da obra em prosa do poeta amarantino).


Rui Sousa (n. 1985) concluiu Licenciatura em Estudos Portugueses e Mestrado em Estudos Românicos – Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Investigador do CLEPUL, dedica-se, enquanto bolseiro da FCT, a uma tese de Doutoramento que abordará o percurso de construção estética, discursiva e performativa de um imaginário moderno de sujeito artístico relacionado com a libertinagem, a maldição poética e a marginalidade heterodoxa, explorando com especial atenção a receção desses modelos nos autores do Surrealismo-Abjecionismo em Portugal. Publicou recentemente ensaios sobre Ronald de Carvalho e Eduardo Guimaraens, na antologia 1915 – O Ano do Orpheu, coordenada por Steffen Dix. Tem feito comunicações em vários eventos internacionais de divulgação científica. Colabora no projeto do CLEPUL dedicado ao estudo da Cultura Negativa, nomeadamente no Dicionário dos Antis em preparação. Coordenou os Congressos Internacionais Portugal no tempo de Fialho de Almeida (2011) e Surrealismo (s) em Portugal. Nos 60 anos da morte de António Maria Lisboa (2013).
 
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