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Concertos nos dias 1 e 2 de Outubro de 2003, pelas 18 horas - Livraria da Biblioteca Nacional - Executados por alunos da Escola de Música do Conservatório Nacional - Entrada Livre.

Carlos Seixas

Seixas, José António Carlos de (n. Coimbra, 11 de Junho de 1704; m. Lisboa, 25 de Agosto de 1742). Organista, cravista e compositor. Em 1718 sucedeu ao pai como organista da Sé de Coimbra. Dois anos mais tarde mudou-se para Lisboa, onde obteve posto de organista da Capela Real e da Sé Patriarcal, que ocupou até ao fim da vida. Foi também em 1720 que chegou a Portugal Domenico Scarlatti: a ligação entre os dois músicos ter-se-á baseado no respeito mútuo. Profundo conhecedor da tradição dos tentos dos compositores ibéricos, Seixas caracteriza muitas das suas obras pelo desenvolvimento dado à segunda parte das sonatas, pelas frequentes modulações suaves ou bruscas e pela utilização de motivos breves [Kastner, 80 Sonatas para instrumentos de tecla, 1965]. Embora influenciado pelo estilo italiano, o compositor tende por vezes para a construção de obras em vários andamentos, numa estrutura que se aproxima mais da suite.
Da sua extensa produção (Barbosa Machado registou ter Seixas escrito 700 tocatas para instrumentos de tecla) parece terem sobrevivido apenas 88 peças para tecla, 8 obras corais sacras, 2 obras para orquestra e o concerto para cravo, não se conhecendo qualquer autógrafo. Encontram-se obras sacras nos Arquivos das Sés de Lisboa e de Viseu, em Elvas e em Évora. Na Ajuda encontram-se as obras para conjunto instrumental e algumas obras para tecla; destas a maior parte encontra-se em Coimbra. A Biblioteca Nacional possui no seu acervo musical dois volumes com cópias, um com 12 tocatas e outro com 44, além de mais algumas peças soltas integradas em miscelâneas com obras de vários autores.

Modinhas

A modinha pode definir-se como uma peça vocal breve, com um acompanhamento simples, texto em vernáculo e forma variável, estreitamente associada ao poema. Própria de uma prática de repertório vocal nos salões, caracteriza-se, nos finais do século XVIII em Portugal, pela utilização do português, mesmo que ela seja o ‘equivalente directo local à canzoneta italiana’ [Nery, folheto do CD Música de Salão no Tempo de D. Maria I, 1994]. Praticada tanto na metrópole como no Brasil, o intercâmbio foi permanente; veja-se o caso concreto do poeta Domingos Caldas Barbosa, que vem acrescentar à poesia feita em Portugal a temática brasileira (pássaros, por exemplo). É também no Brasil que se implementa a influência africana que irá caracterizar um género paralelo, o lundum.
Nas três fases propostas pelo Professor Doderer [Doderer, prefácio a Modinhas Luso-Brasileiras, 1984] temos a primeira, aristocrática, até finais do século XVIII; a segunda, burguesa, dos finais do século XVIII até 1860/70, associada ao interesse pela cultura como meio de afirmação; e a terceira, a popular, apenas brasileira, na qual a modinha deve ter alcançado um estatuto especial revelado na expressão utilizada por Luís Heitor ao defini-la como ‘a própria canção nacional’ [Heitor, 150 Anos de Música no Brasil (1800-1950), 1956].
A difusão teve em Portugal uma forte manifestação na publicação do Jornal de Modinhas e de publicações periódicas congéneres. Mas as obras devem ter circulado também em versões manuscritas, das quais a Biblioteca Nacional possui mais de 200. Muitos compositores, como Marcos Portugal, Antonio Galassi, Leal Moreira ou Domingos Schiopetta escreveram modinhas, mas o anonimato, tanto em relação ao texto como à música, é a situação mais frequente.


Entrada Livre. Para mais informações sobre este evento contacte o departamento de Relações Públicas e Divulgação Cultural da Biblioteca Nacional.